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Poesia Possível: O lobo das estepes – Hermann Hesse

  • Jean Motta
  • 9 de fev. de 2015
  • 2 min de leitura

Poesia Possível é uma das seções antigas do blog Desaire, que vai ser continuada e reformulada. Sua proposta é abrir espaço para compartilhar poesia, dos poemas clássicos aos mais atuais, e buscando divulgar também a a poesia de quem quiser compartilhar


A seção tem como principal objetivo relacionar os poemas com outras formas de expressão artística, saindo da literatura e abraçando todas as formas de arte possíveis. Divagando sobre o poema abordado, sobre a inspiração de seu autor, suas referências e, principalmente, questionando algum outro artista que possa ter sido influenciado por ele. Transgredindo o poema, projetando uma nova expressão \o/

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O primeiro poema postado lá no blog, e que vai ser repostado aqui é Lobo das Estepes de Hermann Hesse, na época esse poema foi escolhido por ter sido questionada a sua relação com a canção Lobo da estepe, um clássico do rock and roll dos Cascavelletes.


Eu, lobo das estepes, corro, corro, a neve cobre o mundo, da bétula levanta voo o corvo, mas nunca aparece uma lebre, nunca aparece um cervo.

E como eu amo os cervos! Se acaso encontrasse algum, prendia-o com garras e dentes: é a coisa mais bela em que penso.

Com os sensíveis seria também sensível, devorava-os todos de extremo a extremo, bebia-lhes até ao fundo o sangue púrpura e espesso, e solitariamente uivava pela noite dentro. Contentava-me com uma lebre.

É tão doce à noite o sabor da sua carne quente. Porventura foi-me negado tudo quanto possa, um pouco, alegrar a vida, um pouco apenas?

A minha companheira, há muito que não a tenho, o pêlo da minha cauda começa a ficar cor de cinza, e só quando há bastante luz é que vejo.

Agora corro e sonho com cervos, ouço o vento soprar nas grandes noites de inverno, e a minha alma dolorosa, entrego-a eu ao demônio.

O mais massa, (e motivo da respostagem) é que quando questionado, na recepção de seu último show ­— They're all beatniks!, dia 05.02.15 — Flávio Basso, o Júpiter Maçã/Jupiter Apple, ex-membro dos Cascavelletes foi questionado sobre a relação do Poema e da obra de Hermann Hesse com a música, ele respondeu: “No começo até tinha a ver, mas depois acabou se perdendo, tanto da poesia quanto do romance”.

Achamos muito tri, que depois de tanto tempo a questão levantada nesse primeiro post da seção, tenha sido resolvida, e justo pelo “man” Jupiter Aplle. Pra finalizar, fiquem com esse som clássico dos Cascavelletes:

 
 
 

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