CBGB: 50.000 bandas, 1 banheiro nojento
- Jean Motta
- 15 de fev. de 2015
- 2 min de leitura

Como empreender organicamente um negócio, movimentar a cena cultural e ainda transformar uma espelunca em um pub lendário?
A resposta em um nome: Hilly Kristal, o rebelde e teimoso proprietário do mítico CBGB. É essa a inspiradora história que serve de plano de fundo para o filme CBGB: O Berço do Punk Rock (2013), através de diversos olhares a partir de Hilly e sua jornada, entre eles, de artistas, produtores, empresários e frequentadores do pub, desde sua inauguração nos anos 70 até o seu sucesso.
O diretor Randal Miller foi amplamente criticado, tanto pela indústria, quanto pelos cinéfilos de plantão. A razão: uma direção com foco no entretenimento e um roteiro juvenil. Essa síntese problemática provocou estranhamento para dois tipos de público: a)os românticos catedráticos do punk e b) os novatos na “Escola do Rock”. A verdade é que, a escolha por uma linguagem visual no estilo pop, com vinhetas de HQ, no estilo jornalístico-oral de Mate-me Por Favor, híbrida em um roteiro que segue nessa linha, apelando para o humor pueril, fez com que muitos não compreendessem o que acredito ter sido a proposta essencial de Miller: tornar a história acessível para o público em geral. Como? Escolhendo pegar pelo ponto de contato de todo o movimento: a emoção e a música que move as pessoas, centrando tudo em Hilly Kristal e sua paixão pelo trabalho orgânico, com base nas relações sociais e na música underground.

O desafio de retratar um fenômeno cultural como o Punk, em suas múltiplas facetas e infindáveis interpretações, fazendo um cruzamento com a história de um homem e seu empreendimento kamikaze, não seria fácil e jamais poderia ser retratada em sua plenitude em um filme, talvez quem sabe, em um documentário. E neste aspecto, vale frisar que apesar do elenco diverso e com nomes ousados, como Rupert Grint (o eterno Ron Weasley de Harry Potter, como Cheetah Chrome), Johnny Galecki (mais conhecido como o Dr. Leonard Hofstadter, do The Big Bang Theory, como Terry Ork) e Taylor Hawkins (baterista do Foo Fighters como Iggy Pop), algumas atuações foram pobres e exageradas, especialmente a de Kyle Gallner como Lou Reed. Isentando-se deste cast Alan Rickman, que foi convincente como Hilly Kristal.

O resultado é um filme fluídico, com uma linguagem pop e oral, indispensável para qualquer fã de filmes sobre movimentos culturais alternativos, música ou simplesmente uma boa pedida para os deslumbrados com a Nova York dos anos 70. Com uma trilha sonora impecável, exceto pelo seu tão criticado anacronismo e reprodução de “play back”, o CBGB empolga e proporciona uma imersão musical, que faz com que o expectador se pegue cantando cada canção e se remexendo como se estivesse em um dos shows do Television, Talking Heads, Dead Boys, Blondie, Patti Smith ou Ramones!
Assista e aproveite, porque de qualquer jeito você nunca saberá. Assista o trailer:
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